Taxa de desmatamento na Amazônia renova nível mais baixo da história
Em termos percentuais, o Mato Grosso teve a redução mais expressiva desde 2004 (Foto: Fernando Donasci/Folhapress) |
O Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nesta terça (27) que a taxa de
desmatamento na Amazônia Legal ficou em 4.565 quilômetros quadrados
entre agosto de 2011 e julho de 2012, o menor nível desde que começou a
medição, em 1988. Trata-se de uma redução de 27% em relação ao período anterior.
O Pará liderou mais uma vez a lista, com
1.699 quilômetros quadrados desmatados, embora tenha apresentado
notável redução em relação ao ano passado, quando registrou 3.008
quilômetros quadrados, e em relação a 2004, pior resultado dos últimos
anos, com 8.870 quilômetros quadrados. Em seguida vêm Mato Grosso (777
km2), Rondônia (761 km2) e Amazonas (646 km2). No pé do ranking estão
Amapá, com 31 quilômetros quadrados de desmate, e Tocantins, com 53
quilômetros quadrados. Em termos percentuais, Tocantins (33%) e Amazonas
(29%) apresentaram os piores resultados, ao passo que Amapá (-53%),
Pará (-44%) e Maranhão (-33%) obtiverem os avanços mais expressivos.
A taxa de desmatamento vem em queda
desde 2004, quando esteve próxima do pico histórico, com 27,7
quilômetros quadrados, e a redução é constante desde 2008, quando 12,9
mil quilômetros quadrados foram derrubados. Ao longo da década, a
redução mais expressiva foi obtida por Mato Grosso, que tinha 11,8 mil
quilômetros quadrados em 2004, uma queda de 93% em oito anos. Em
seguida, em termos percentuais, vêm o Pará (-81%), Rondônia (80%) e
Tocantins (66%).
“Ouso dizer que esta é a única
boa noticia ambiental que o planeta teve este ano do ponto de vista de
mudanças do clima. Em relação aos compromissos de metas voluntárias de
redução de emissões estamos bastante avançados”, afirmou a ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “É a menor taxa de desmatamento da
história. Tem o grande marco que é jogar o desmatamento abaixo dos 5 mil quilômetros quadrados.”
A meta voluntária definida pelo governo
brasileiro é reduzir a expansão anual da área de desmatamento ilegal da
Amazônia para 3,9 mil quilômetros quadrados até 2020. Com o novo índice,
fica falando apenas redução de 4% para que a área ambiental atinja a
meta, oito anos antes do prazo.
De acordo com a ministra, embora não
tenham sido identificadas todas as causas da elevação do desmatamento
nesses estados, no Tocantins o problema está associado ao Cerrado
Amazônico, que permite reserva legal de 35%. “Como os estados ainda não
tornam disponíveis as informações do que é legal e do que é ilegal, não
conseguimos identificar quanto do aumento desse desmatamento está
associado a incremento de infraestrutura e de supressões legais”,
informou.
No Amazonas, segundo Izabella Teixeira,
ainda existe forte pressão de migração em torno da BR-317, na região de
Apuí, onde existem denúncias de grilagem de terra. Conforme a ministra, a
região está sendo monitorada. Com relação ao Acre, disse que não há
informações.
“Possivelmente, trata-se de expansão
urbana ou incremento de ocupação de território. Estamos perguntando ao
governo do estado o que está sendo autorizado e o que os autos de
infração do Ibama mostram, o que não tem licença ou que está com
atividade ilegal. Por exemplo, [o agricultor] tem autorização para
suprimir 10 hectares e suprimiu 30 hectares.”
Segundo Izabella Teixeira, a
partir do ano que vem, a fiscalização será feita eletronicamente. Ao
apresentar um novo aparelho que será utilizado pelos agentes ambientais,
a ministra destacou que as operações ambientais vão entrar em um novo
patamar a partir do ano que vem. “À medida que reduzimos o desmatamento,
o desafio cresce.
A partir de 2013, as ações serão marcadas por uma nova visão de operar
tecnologia e planejamento estratégico e inteligência do monitoramento da
Amazônia. Os modelos estão sendo revistos e nosso objetivo é acabar com
a ilegalidade do desmatamento na Amazônia”, disse.
Focando a Notícia
Com informações da Agência Brasil.
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