25 de mai. de 2013

Brasil tem déficit de 54 mil médicos, diz Ministério da Saúde

“O SUS agora tem três desafios: financiamento, esforço da gestão compartilhada – federal, estadual e municipal – e a oferta de qualidade e quantidade de profissionais de saúde para a dimensão de um país como o nosso”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante evento em Belo Horizonte (MG), nesta quinta-feira (23), onde apresentou balanço do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) na região Sudeste 

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O SUS tem três desafios: financiamento, gestão compartilhada e oferta de qualidade e quantidade de profissionais de saúde”, diz Padilha

“A solução não é só trazer médicos estrangeiros. Essa é só parte da solução. Precisamos também abrir vagas de graduação, formar mais especialistas e continuar investindo em infraestrutura”, disse aind ao ministro, apresentando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que mostra que ao longo dos últimos dez anos, o número de postos de emprego formal criados para médicos ultrapassa em 54 mil o de graduados no País. De 2003 a 2011, surgiram 147 mil vagas neste mercado de trabalho, contra 93 mil profissionais formados.
A este quadro de carência de profissionais, soma-se a perspectiva de contratação de 26.311 médicos para trabalhar nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que serão construídas até 2014.
Com estes dados, o Brasil tem 1,8 médico para cada mil brasileiros, índice abaixo de outros latino-americanos como Argentina (3,2) e México (2). Para igualar-se à média de 2,7 médicos por mil habitantes registrada na Inglaterra, em cujo sistema de saúde se inspirou o Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil precisaria ter hoje mais 168.424 médicos.
Este déficit, que é um dos principais gargalos para ampliar o atendimento no SUS, está sendo enfrentado por medidas do Governo Federal para levar mais médicos para perto de onde as pessoas vivem. Entre estas ações destaca-se o Provab, que oferece bolsa mensal de R$8 mil e bônus de 10% na prova de residência aos médicos participantes do programa.
Neste ano, a população de 333 municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo recebeu 821 médicos a mais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) – contingente que só deu conta de atender 32% da demanda por 2.519 por profissionais apresentada pelos municípios da região Sudeste.
Em todo o Brasil, são 3.800 participantes, em 1.307 municípios, o equivalente a 29% da necessidade apontada para contratar 13 mil profissionais. Na edição deste ano do programa, o Sudeste foi a segunda região do país que contou com maior número de médicos e participantes, atrás apenas do Nordeste.
Sedução do Provab
“O Provab se consolida como algo que olha para o processo de formação do médico, e se potencializa na formação de especialistas para o melhor atendimento à população”, disse o secretário de Gestão Estratégica do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Salles durante a apresentação do balanço do Provab em Belo Horizonte.
“Esperamos que essa ‘sedução’ do médico que o Provab faz gere frutos. Quem sabe o SUS consiga fazer os médicos entenderem que a atenção básica é, sim, uma atenção complexa e essencial”, declarou o secretário de Saúde de Minas Gerais, Antonio Jorge de Souza Marques.
Além do Provab, o Ministério da Saúde tem outras iniciativas para suprir a carência nacional de médicos, como o programa que abate 1% ao ano da dívida do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) para médicos que atuarem na Atenção Básica.
O Ministério da Saúde também estuda a possibilidade de trazer médicos estrangeiros para atuar na atenção básica do país, o que foi feito em alguns países como Inglaterra e Canadá, que enfrentaram a dificuldade de levar médicos ao interior.

Focando a Noticia
Da Redação em Brasília

 

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