Médicos querem refrigerantes mais caros para combater obesidade
A Real Academia de Médicos da Grã-Bretanha propôs um aumento de 20%
no preço dos refrigerantes para combater a obesidade no país. Em um
relatório, a associação médica diz que a obesidade é responsável por uma
“grande crise” de saúde no país.
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Um aviso específico para crianças com a quantidade de calorias deve estar no rótulo dos alimentos, segundo a associação. A associação também quer que o governo destine mais dinheiro ao serviço público de saúde para cirurgias de redução de estômago. Porta-vozes da indústria alimentícia reagiram o relatório dizendo ele pouco acrescenta ao debate sobre a obesidade.
Discussão
O diretor da academia, Terence Stephenson, disse que não há uma “bala de prata” para atacar a obesidade e que é preciso mudar a cultura de alimentação. Ele defende uma estratégia similar à do combate ao cigarro.
“Foi preciso o fim da publicidade (do cigarro) e a redução do mercado, além de atividades esportivas para ajudar as pessoas a largar o fumo”, diz.
Stephenson também atacou a indústria alimentícia ao dizer que refrigerantes, por exemplo, são apenas “água e açúcar”. Ele criticou ainda os hábitos alimentares em muitos países, onde é habitual “beber um litro de refrigerante no cinema”.
Para Stephenson, a taxação “encorajaria as pessoas a tomar bebidas mais saudáveis”. Para Terry Jones, da Federação de Comida e Bebida, o relatório é pouco relevante.
“Uma coleção de ideias desequilibradas aparentemente sob forte influência de grupos de pressão”, disse, ao classificar o documento.
A Associação Britânica de Refrigerantes também se pronunciou contra, dizendo que esse tipo de bebida contribui com “apenas 2%” do total de calorias de uma dieta média.
Tentação
O cardiologista Aseem Malhotra disse que recebe mais e mais pacientes com doenças relacionadas à obesidade.
“A raiz do problema é o ambiente da alimentação. É como dizer às crianças para ir à uma loja de doces e não comprar doces”, disse, em referência à alta oferta de produtos com grande teor calórico.
“Há uma oferta excessiva de comidas baratas com açúcar e uma regulação é claramente necessária”, disse.
BBC
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