Onze procedimentos cirúrgicos são incluídos no tratamento do câncer
Os recursos para cirurgias oncológicas nos últimos anos foram de R$ 172,2 milhões, saltando para R$ 380,3 milhões em 2013
O ano de 2013 começou com novidades no
tratamento do câncer. O ministério da Saúde incluiu 11 novos
procedimentos cirúrgicos na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com essa ampliação, espera-se aumentar o
acesso aos serviços já existentes, contribuir para habilitar novos
tratamentos, além de favorecer o diagnóstico rápido e uma maior
resolutividade, ou seja, proporcionar a melhoria da qualidade de vida
dos pacientes.
Nesta iniciativa, foram revistos os
atuais 121 procedimentos existentes por meio de adequação técnica,
elaboradas mudanças na forma de organização da tabela, e a inclusão de
novos procedimentos, entre eles, os relacionados à cirurgia de cabeça e
pescoço, considerados de difícil acesso.
O Ministério da Saúde vai investir R$
208,2 milhões a mais, ou seja, 121% a mais em comparação com 2011 (R$
172,1 milhões) para ampliação da assistência.
Para o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, mais recursos e ampliação dos procedimentos melhoram a
qualidade do atendimento. “O objetivo destas medidas é instalar serviços
onde não existem hoje, e estimular os serviços que já existem a
produzir mais e, com isso, reduzir o tempo de espera para tratamento do
câncer”, afirma Padilha.
Procedimentos
Os novos procedimentos, que passam a
integrar a tabela do SUS, são: Linfadenectomia Mediastinal em Oncologia;
Linfadenectomia Seletiva Guiada em Oncologia, conhecida como
“linfonodo sentinela”; Reconstrução para Fonação em Oncologia – a tabela
do SUS incluía a prótese, mas não o ato operatório da sua implantação;
Traquestomia Transtumoral em Oncologia; Ressecção de Pavilhão Auricular
em Oncologia.
Também estão inclusos, Ressecção de
Tumor Glômico; Ligadura de Carótida; Colecistectomia; Ressecção Ampliada
de Via Biliar Extrahepática; Reconstrução com Retalho Osteomiocutâneo
em ; Timectomia.
Mudanças
A portaria 2.948 prevê aumento de cerca
de 50% no valor de praticamente todos os procedimentos mantidos ou
alterados. Para assistência em radioterapia, a meta é que o SUS conte
com 80 centros de atendimento até 2014.
O trabalho de revisão dos 121
procedimentos foi feito pelo Ministério da Saúde com apoio de
profissionais do Instituto Nacional do Câncer (Inca), da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e da Associação Brasileira de
Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (Abiffic).
Atendimento
Nos últimos três anos, os gastos
federais com assistência oncológica no País aumentaram 26%. Este aumento
de recursos serviu para ampliar e melhorar a assistência aos pacientes
atendidos nos hospitais públicos e privados que compõe o SUS, sobretudo
para os tipos de câncer mais frequentes, como por exemplo, pele, mama,
colo de útero, próstata, pulmão, cólon e reto.
Medicamentos
O Ministério da Saúde incorporou ao SUS o
medicamento Trastuzumabe, um dos mais eficientes medicamentos de
combate ao câncer de mama. O Ministério investirá R$ 130 milhões/ano
para disponibilizar o medicamento à população. Também faz parte do Plano
Nacional, a expansão dos serviços de radioterapia no País.
O Brasil também passou a produzir o
primeiro medicamento para câncer. Com a produção nacional do Mesilato de
Imatinibe, o custo do comprimido do medicamento será de R$ 17,5 (100
mg) e R$ 70 (400 mg). Atualmente, o Ministério da Saúde compra o produto
– de forma centralizada – a um preço de R$ 20,6 (100 mg) e R$ 82,4 (400
mg). Com a iniciativa, estima-se que a economia para o Sistema Único de
Saúde chegue a R$ 337 milhões, em cinco anos.
A produção nacional do Mesilato de
Imatinibe será suficiente para atender a toda demanda existente no SUS –
aproximadamente oito mil pacientes hospitalizados. Já no próximo ano, a
previsão é que sejam entregues, ao SUS, cerca de quatro milhões de
comprimidos do medicamento.
A doença
Câncer é o nome dado a um conjunto de
mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de
células que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas
células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a
formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões
do corpo. As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou
internas ao organismo, estando inter-relacionadas.
As causas externas referem-se ao meio
ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas
internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e
estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões
externas.
Os tumores podem ter início em
diferentes tipos de células. Quando começam em tecidos epiteliais, como
pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são
os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados
sarcomas.
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