Governos investem bilhões para garantir material escolar gratuito a alunos da rede pública
Enquanto
os pais de alunos da rede particular reclamam dos preços do material
didático exigido pelas escolas de seus filhos, sobretudo dos livros, os
governos federal, municipais e de alguns estados investem bilhões de
reais para cumprir o que prevê a Constituição Federal e garantir
material escolar gratuito aos estudantes das escolas públicas. Mesmo
reconhecidos por pais de alunos da rede pública e por representantes do
mercado editorial, os programas públicos de distribuição de livros e
material escolar sofrem constantes denúncias e questionamentos.
No ano passado, somente o governo
federal investiu mais de R$ 1 bilhão para garantir que os mais de 42
milhões de estudantes da rede pública de ensino básico do país recebam,
gratuitamente, as obras didáticas que vão usar em salas de aula este
ano.
Neste ano, mais R$ 66 milhões deverão ser gastos na compra de obras literárias e técnico-científicas que vão ser distribuídas às bibliotecas da rede pública de ensino. Embora alta, a cifra é menor que os R$ 81 milhões que o Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação (FNDE) informa ter investido no programa em 2012. Segundo a coordenadora-geral dos Programas do Livro do Fnde, Sônia Schawartz Coelho, isso não representa uma redução no total de livros comprados.
Neste ano, mais R$ 66 milhões deverão ser gastos na compra de obras literárias e técnico-científicas que vão ser distribuídas às bibliotecas da rede pública de ensino. Embora alta, a cifra é menor que os R$ 81 milhões que o Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação (FNDE) informa ter investido no programa em 2012. Segundo a coordenadora-geral dos Programas do Livro do Fnde, Sônia Schawartz Coelho, isso não representa uma redução no total de livros comprados.
A estimativa do FNDE é de que, somados
os programas nacionais do Livro Didático (PNLD) e Biblioteca da Escola
(PNBE), cerca de 140 milhões de livros sejam distribuídos este ano em
“regime de mútua cooperação” entre o fundo, as secretarias estaduais e
municipais de educação e as escolas vinculadas ao programa.
Criados, respectivamente, em 1929 e em
1998, os programas do Livro Didático e Biblioteca da Escola atendem ao
Artigo 208 da Constituição Federal, que estabelece que o “dever do
Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento
ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. Além disso, são regulamentados por um
decreto presidencial específico.
Além dos livros, muitos estudantes
recebem das prefeituras e de alguns governos estaduais parte do material
escolar básico. Em São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, a
prefeitura promete investir R$ 20 milhões para garantir uniforme e
material para 100 mil alunos das creches e do ensino infantil e
fundamental da rede municipal. Os kits incluem cadernos,
apontadores, giz de cera, borracha, jogo de canetas hidrográficas,
régua, pastas com elástico, entre outros itens, além de dois conjuntos
de uniforme escolar completos, incluindo meias e tênis.
“A distribuição do uniforme visa à
inclusão social e à segurança dos alunos, já que na rede pública há
muitos estudantes que não podem comprar esses itens. Segurança porque,
com o uniforme, os alunos são mais facilmente identificados. Só que
seria um absurdo a prefeitura [exigir isso] dos que não podem comprar”,
disse à Agência Brasil o secretário adjunto de Educação
de São Bernardo do Campo, Rafael Cunha e Silva. Ele garantiu que, além
de atender a todos os estudantes da rede municipal, a prefeitura compra
material suficiente para eventuais necessidades ao longo do ano.
Santa Catarina é um dos estados cujo
governo também promete distribuir material escolar para os alunos da
rede pública estadual. Em 2013, vão ser investidos cerca de R$ 10
milhões para garantir que os mais de 550 mil alunos do ensino
fundamental e médio recebam um kit com os itens básicos necessários em sala de aula.
De acordo com Censo Escolar da Educação
Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), 84 % dos estudantes do ensino básico do país estavam
matriculados em escolas públicas em 2012. As redes municipais respondiam
por quase metade (46%) dos cerca de 42 milhões de matrículas em
unidades públicas de ensino. As escolas estaduais atendiam a 37% desse
total, enquanto a rede federal registrava 1% das matrículas.
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Agência Brasil
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