Projeto cria Sistema Único de Segurança Pública
A
crise da segurança pública em São Paulo – que se alastra pelo interior
do estado e também atinge Santa Catarina – fez com que ganhasse corpo a
discussão sobre reformas estruturais no país que obedeçam a uma lógica
menos reativa e mais preventiva contra a violência.
Especialistas consideram que um dos
projetos que tramitam na Câmara dos Deputados é especialmente importante
nesse sentido. Trata-se do Projeto de Lei (PL) 3734, que institui o
Sistema Único de Segurança Pública (Susp), considerado uma espécie de
SUS da segurança pública.
O PL disciplina a organização e o
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança, regulamentando o
parágrafo 7° do art. 144 da Constituição Federal, e vai ao encontro da
necessidade urgente, apontada por cientistas políticos, parlamentares e
profissionais da área, de se unirem esforços da União, estados e
municípios para o combate ao problema.
O artigo 6° do projeto prevê que o Susp
será integrado pela polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia
ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de
bombeiros. Prevê também “operações combinadas [pelos órgãos de segurança
federais e estaduais], planejadas e desencadeadas em equipe; aceitação
mútua dos registros de ocorrências e dos procedimentos de apuração;
compartilhamento de informações e intercâmbio de conhecimentos técnicos e
científicos”.
Ensaio
Se aprovado, o PL seria em tese a
consolidação legal de procedimentos dos quais a parceria celebrada entre
governo do estado de São Paulo e Ministério da Justiça para combater a
crise pode ser considerado um ensaio.
Segundo a deputada federal Dalva
Figueiredo (PT-AP), com o sistema, “os órgãos de segurança pública,
junto com a Força Nacional de Segurança Pública, poderão atuar, em
conjunto ou isoladamente, nas rodovias, ferrovias e hidrovias federais,
estaduais ou distritais, no âmbito de suas respectivas competências”.
Ao contrário das medidas anunciadas pelo convênio entre São Paulo e
governo federal, que vieram como reação a uma crise, o Susp tornaria a
integração um sistema estruturado e uma obrigação legal. A
responsabilidade de gestão do sistema é do Ministério da Justiça.
O projeto prevê a criação do Conselho
Nacional de Segurança Pública, com a participação de representantes do
Ministério da Justiça e dos comandos das polícias Civil e Militar e dos
bombeiros dos estados e do Distrito Federal. Estados, Distrito Federal e
municípios também poderão criar conselhos de segurança regionais, cuja
finalidade será “planejar e desencadear ações de segurança pública na
sua área de competência”.
O projeto está na Comissão de Educação e
Cultura da Câmara dos Deputados. A proposta institui ainda o Sistema
Integrado de Educação e Valorização Profissional (Sievap), voltado à
formação e à valorização do profissional de segurança pública.
A deputada Dalva Figueiredo diz apoiar o
PL por ele tratar de “ações e mudanças indispensáveis para otimizar a
atuação dos órgãos de segurança pública, sob uma ótica humanitária de
respeito e garantia aos direitos individuais”.
focando anoticia/redebrasilatual
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