40% das prefeituras devem deixar servidores sem 13º e 20% não pagarão mês de dezembro
O
presidente da Federação dos Servidores Públicos Municipais da Paraíba
(Fespem-PB), Francisco de Assis Pereira, previu que 40% das prefeituras
da Paraíba deixarão de pagar os salários de dezembro e o 13º dos
servidores municipais. Os números são contestados pela Federação da
Associação dos Municípios da Paraíba (Famup).
Segundo Francisco de Assis, podem chegar a 20% as prefeituras
municipais do Estado que deixarão de pagar também os salários deste mês.
Ele citou prefeituras como a de Campina Grande, Santa Rita e Itabaiana
como exemplos das que não vão pagar este mês. Disse que em várias
prefeituras do Sertão do Estado essa situação se repetirá. “Estamos
fazendo esse levantamento para saber quais são os prefeitos que não
pagarão aos servidores nestes últimos meses de gestão”, completou.O sindicalista informou que no ano passado o atraso de salários atingiu apenas 7% das cidades paraibanas. Neste ano, o número de prefeituras foi extraordinariamente maior devido às eleições municipais. “Muitos gestores quebraram as prefeituras porque investiram nas eleições e agora estão sem dinheiro para pagar os servidores”, reclamou.
Outra medida que vem sendo tomada por alguns prefeitos, que o sindicalista considera arbitrária, é a demissão de prestadores de serviços e de comissionados. Alguns, além de demitir, cortaram gratificações e comissões.
Francisco de Assis acredita que pelo menos 40 mil servidores, somente das esferas municipais, terão que ser demitidos porque foram contratados sem concurso público nos últimos dois anos. “A contratação nesse perído, conforme determina a Lei, só pode acontecer em caso de extrema necessidade, como em epidemias e grandes catástrofes e deve ser feita em regime de emergência e por tempo determinado”, explicou. Ele acredita que nesse ano houve um inchaço nas folhas de pagamento e chuvas de contratações no período eleitoral. “Além disso temos como motivo para as prefeituras estarem quebradas e sem dinheiro para cumprir os compromissos, a má administração e a corrupção”, enfatizou.
Justiça suspende decisão de prefeitos
O presidente da Federação dos Servidores
Públicos Municipais da Paraíba disse ainda que a Justiça suspendeu a
demissão de servidores efetivos das prefeituras da comarca de Rio Tinto
que possuem mais de dois contratos.
A decisão se deu depois, segundo
Francisco de Assis Pereira, que a Fespem-PB entrou com pedido para que
cada caso de demissão de servidor efetivo seja analisado. “Existem
aquelas pessoas que têm mais de um contrato, como, por exemplo,
professores e médicos, casos que não infringem a Constituição Federal,
porque não ultrapassam a carga horária permitida por lei. Por exemplo,
um professor tem o limite de 60 horas aula e possui contratos diferentes
em prefeituras distintas que não chegam os dois juntos a ultrapassar
essa carga de trabalho. Esses não podem ser demitidos porque não estão
infringindo a lei”, explicou o sindicalista.
Ele denunciou que muitos prefeitos
aproveitaram a determinação do Tribunal de Contas do Estado para demitir
quem tivesse contratos ilegais para demitir indiscriminadamente
servidores efetivos. Disse ainda que a Fespem-PB irá entrar com pedido
em nível estadual para que todas as prefeituras do Estado suspendam as
demissões de servidores efetivos até que cada caso seja analisado.
Os números são contestados pela
Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup). O presidente
da entidade, Buba Germano, negou que existam dados para afirmar
quantas prefeituras deixarão de fazer o pagamento.
Ele chamou de terrorismo o que o
presidente da Federação dos Servidores de Municípios da Paraíba,
Francisco de Assis Pereira, estaria tentando fazer com as declarações de
que 40% das prefeituras deixarão de pagar os funcionários. “Estamos
lutando pelo equilîbrio financeiro para que todos os municípios possam
fechar suas contas”, declarou.
O presidente da Famup disse ainda que
não podia garantir que todos os gestores fossem pagar os servidores, mas
considera irresponsabilidade prever o percentual porque as informações
ainda não existem.
focandoanoticia/Luciana Rodrigues/Portal Correio
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